Um rastro de covardia: o Supremo e Bolsonaro
Por Renato Uchôa (Educador)
Que fique para o registro da história. Desde a farsa do Mensalão. O Supremo Tribunal Federal vem construindo um rastro de covardia por onde passa. A bem pouco tempo, deu um tiro de espingarda doze no princípio sagrado da Presunção da Inocência, e no tropel aproveitou para permitir que a Polícia arrebente a sua porta, invada seu lar sem mandado judicial. Mais imoral, sobre todos os aspectos, deu um talão de cheques em branco para Eduardo Cunha, um marginal internacional, aplicar o Golpe contra a democracia, em 17 de abril do ano passado.
A maior concentração de meliantes políticos de terno e gravata na história do Brasil, no afastar de uma presidenta legítima, o que tem escandalizado o mundo. Dilma sofre uma agressão violenta, ainda mais quando um terrorista de direita, Bolsonaro, fazedor de café e varredor de casernas, bajulador do coronel assassino Ustra, torturador covarde é homenageado por ele no momento de votar contra o povo brasileiro. Bolsonaro é um verme racista que pratica crimes contra os negros, índios...inclusive contra a própria filha, por ter nascido mulher.
É o cangaço digital em movimento acelerado na retirada dos direitos dos trabalhadores que vem por aí. Salvo raríssimas exceções, a composição do Supremo se constitui em uma tortura horripilante, assustadora, ao ouvi-los na defesa dos argumentos, quando julgam os destinos do país, nas mais das vezes, em direção ao Caos.
Ao que parece, a Constituição Brasileira, todos os exemplares, inclusive as do STF, foram queimados nas churrasqueiras da Elite Golpista, no churrasco de comemoração da quebra da legalidade, permitida por lá. Na quase totalidade, são reincidentes e solidários (quando silenciam ou não) nas questões que envolvem crimes hediondos. Uns antes, outros depois: estupros, assassinatos, ocultação, regalias para banqueiros criminosos e chiques, a todos eles a liberdade. E a turma é boa. Eros Grau, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Carmem Lúcia, Ellen Gracie, Marco Aurélio e Cezar Peluso deprimiram todos aqueles que lutaram contra a ditadura militar. No apoio indireto, à luz dos argumentos jurídicos, todas as atrocidades que marcaram profundamente o país. Uma borracha nos crimes hediondos. Na análise da ADPF 153/DF em 2010, pertinente o registro, foi favorável a Lei da Anistia 6.683/79, em permanecendo na íntegra, livres para sempre os torturadores do aparelho policial-militar. Ricardo Lewandowski e Ayres Britto se posicionaram a favor da punição dos crimes hediondos praticados sistematicamente pelos agentes da ditadura.
As asas da liberdade foram estendidas, por eles ministros, sobre os agentes públicos que praticaram os crimes mais cruéis e desumanos a mando do estado terrorista e a serviço do capital internacional. Contra aqueles que efetivamente defenderam a legalidade constitucional quebrada, estilhaçada pelo Golpe Militar de 1964. Torturas como método de interrogatório, assassinatos covardes e ocultação dos corpos nunca encontrados, estupros, homicídios, perdoados.
Os ministros confundiram o último pau-de-arara da música, com o degradante instrumento de tortura ainda visto, relatado em algumas delegacias do país. Contra a tendência das Cortes Internacionais de punição dos criminosos, inclusive em vários países do que se denomina Cone Sul, votaram contra a punição dos torturadores que praticaram crimes inomináveis durante a ditadura militar.
Deixaram criminosos desse naipe, crimes contra a humanidade, livres nas ruas e avenidas. E no Congresso Nacional, com o espúrio Bolsonaro. Rindo, zombando acintosamente das famílias que perderam seus filhos na luta pela democratização do país. E tinham todo o respaldo jurídico dos Tribunais Internacionais, Corte Interamericana de Direitos Humanos, na vertente de imprescritibilidade desses crimes. Teresina, ontem, foi palco de mais uma agressão violenta a mulher, a jornalista Cinthia Lages sofreu na pele a ação da gangue do preconceito de Bolsonaro no aeroporto. Aos gritos de cadela, puta...uma covardia sem tamanho a uma profissional que apenas realizava seu trabalho.
O STF não nos representa, é simples assim. Acovardaram-se. Resistir é preciso.