UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE
Por Renato Uchôa (Educador)
Por Ana Paula Romão (Educadora)
No início da década de 1980. Uma caminhada matinal. Na praia de Cabo Branco em direção ao hotel Tambaú. Em frente ao Beijo Gelado. Sento no calçadão, reconheci de longe o asqueroso, o língua de trapo que preferiu o cheiro dos cavalos, ao invés do povo. Sunga preta, óculos escuro, barriga de égua prenha, 5 ou 6 seguranças armados até nos dentes protegendo o ditador.
Jornais “O Norte” e o “Correio da Paraíba” dobrados debaixo do sovaco. Cabelos compridos e encaracolados ao sabor do vento, cobrindo o rosto, algo suspeito no aperreio de golpistas de ontem e dos de hoje, pisando no fio da navalha. É questão do tempo, que nos dirá. Quando o masoquismo, o juízo apodrecido, a inércia, a tripa roncar de fome vai ser faca amolada. Bom dia! Latiu para mim. No pensamento retruquei, com o acréscimo em silêncio, bom dia! Filho de uma égua do teu curral no palácio.
Curitiba deu um exemplo da linhagem perversa da Cosa Nostra brasileira, que perpassa a história do Brasil.Elegeu o prefeito Rafael Greca.Vomita quando sente o cheiro do povo e afirma que é uma sandice a ocupação das escolas pelos estudantes. Dez a zero para a ignorância, não obstante setores importantes da República Corrupta do Paraná, contra o golpe. Começam a entender a tragédia da gestão golpista, em um processo lento que terá, quando abaixar a poeira, ocupação não apenas das escolas, mas dos palácios em todo o Brasil.
Eles são farinha do mesmo saco sujo de sangue do povo brasileiro, como o general ditador Figueiredo. Tinha uma namorada em João Pessoa, era esposa de um arrancador de dente. Figueiredo nunca teve sorte na Paraíba. Na cidade de Campina Grande, terra do senador golpista Cássio Cunha Lima, passou por uma situação quando recebeu o troco do Terror que implantou no Brasil. Ônibus lotado, um cacho grande de assecla passeia pelas ruas da bela cidade da Borborema. Súbito, um pânico, agachados, tremelicando, um frio assustador: um pombo sem asa voa (pedra) rumo ao ônibus. Quebra a vidraça e raspa a orelha do ministro parecido com um rato, de nome César Cals. Afirmam de pés juntos lá que o ônibus ficou com uma catinga insuportável. “Foguetes” e urina para todos os lados. Eles são covardes por natureza. Todos os opressores de ontem e de hoje.
Figueiredo, um “cavalo genérico” batizado até no casco, mandou derrubar o prédio que sediou a UNE em 1980. É aí nesse momento que a gente compreende os juízes de ontem e parte dos genéricos de hoje. O juiz Carlos Aarão Reis, da 3ª Vara Cível, empunha um revólver e mostra aos agentes da PF no local. Contrário ao ato criminoso do ditador, tenta suspender por liminar a demolição. Em 2007 outro juiz, Jaime Dias Pinheiro Filho, da 43ª Vara Cível do Rio, sem pé doído, resgata o terreno da UNE com dignidade e coragem. Mantém a derrubada da liminar que dava posse a uma empresária. Existem centenas deles hoje que não concordam com a parte podre do judiciário que tem afrontado, contribuído para o desmonte da Constituição.
Diferente do juiz Alex Costa de Oliveira, pasmem, da Vara da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DFT), que em uma decisão judicial escabrosa institucionaliza a tortura no Brasil. Um crime hediondo, agora de presente para o governo golpista entreguista de Temer justificar a covardia contra os estudantes que ocupam escolas no BRASIL INTEIRO.
Nós não temos um cabo de vassoura para tanger um cururu de dentro de casa. O PT, o PC do B, uns tantos outros, têm condições e devem acionar as instâncias jurídicas nacionais e internacionais contra o juiz que não apenas deu um coice nos estudantes e no povo brasileiro. Abriu as porteiras para que as práticas de tortura sejam implementadas contra àqueles que lutam contra as medidas abjetas implantadas em todos os setores, pelo o informante do governo americano, o usurpador Temer.
Uma vergonha, um crime contra a humanidade, nas barbas do Supremo. Onde os ministros podem desfilar agora, com o aumento, com sapatos de marca Stefano Bemer shoes, Diamond studded shoes by Aubercy...e as ministras com unhas pintadas, batom nos lábios da marca Monica Voluptuous, Intense Lasting, Hydrating Long Lasting, entre outros, enquanto se institucionaliza um dos crimes mais brutais contra os seres humanos.
Não poderia ser diferente. Em 2010, a Lei da Anistia 6.683/79, no julgamento da ADPF 153/DF, foi preservada. Contra a mudança que previa a punição dos torturadores da Ditadura. Eros Grau, Cármen Lúcia, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Gilmar Mendes e Marco Aurélio deram carta branca aos torturadores. Livres para voar, zombar dos mortos, dos torturados, inclusive a presidenta Dilma. Não vêm fazendo absolutamente nada em defesa Da democracia, contra o Estado de Terror. E nem vão fazer, é simples assim. O lambe-botas Bolsonaro fazia café e lavava a roupa no adulo ao ditador e peita o STF na defesa da ditadura.
Quando chover pombos sem asa em todos os recantos do Brasil chame o verdadeiro Lava Jato, abram as lavanderias, convoquem as lavadeiras para tirar a sujeira das calças de fundo mole dos golpistas do Brasil. Inclusive o juiz Alex Costa de Oliveira o institucionalizador da volta da tortura no país, e uma penca de juízes, promotores, desembargadores, ministros todos envolvidos com o golpe...
Resistir é preciso, derrotar o golpe uma necessidade de sobrevivência do povo brasileiro.
Foto: www.taringa.net