SEM JURISPRUDÊNCIA O NATAL É TRISTE
Por Macus Cavalcante
O menino Willian Tito, o mais aguerrido, reconhecido nacionalmente, dedicado e às vezes pueril ativista do Piauí em defesa dos animais, foi traído pela Justiça. Às vésperas do Natal deve estar triste. Tem a solidariedade deste ex-quase amigo “bobão, velho e senil que precisa se aposentar”.
Há menos de um mês ele anunciou aos quatro ventos, com ares de representante legítimo da “causa animal”, que o secretário do meio ambiente do Piauí tentou com ele um encontro furtivo para negociar a entrega da ursa Marsha aos ativistas. O secretário (que desconhece esta versão) “estaria prevendo uma derrota na Justiça e não queria ser desmoralizado”.
O menino naturalmente não aceitou o encontro. Na imatura imaginação do insigne ativista, o movimento iria conseguir tirar a ursa Marsha do zoológico do Piauí com decisão judicial. Aí criaria JURISPRUDÊNCIA para libertar todos os demais animais de cativeiros no Brasil. Iria esvaziar o zoológico daqui e de alhures.
E agora, criança? A Justiça reconheceu que a Marsha não precisa de paparicos, não precisa de defensores, além do “tratamento adequado” que recebe no Piauí. A JURISPRUDÊNCIA não veio e a Marsha não vai. A liberdade compulsória dos outros animais em cativeiros está ameaçada? Mimado e inexperiente, o menino Tito naturalmente não sabe que o problema não esbarra na falta de uma JURISPRUDÊNCIA.
Não imagina que nessa grandiosa e benfazeja operação libertadora tem uma conta a ser paga. Se imagina deve confiar na síndrome de Papai Noel muito comum aos ativistas. Porque a caridade que fazem só é possível graças às sacolinhas que correm soltas através de ONGs, que nunca prestam conta das arrecadações.
Que nem culto evangélico.
Foto: O Grito de Edvard Munch