OS TRÊS BRASIS BANDIDOS
Por Francisco Costa
Enquanto discutimos “Volta Dilma”, “Diretas Já”, “Lula 2018”... O Brasil caminha aceleradamente para tempos escuros, de banditismo oficial, oficializado, institucional. Hoje, as três forças mais fortes, política e economicamente falando, são as da corrupção, do narcotráfico e a da religião fundamentalista, consolidando-se como administradoras do país.
Caminhamos para um Estado oficialmente corrupto, narcotraficante e teocrático. Quando falamos em corrupção ficamos nos políticos, sem atentarmos que os tentáculos avançam sobre o judiciário, com acordos criminosos entre parlamentares, empresários e juízes vendedores de sentenças e liminares, arquivadores de processos, manobrando com as leis existentes e fazendo as suas próprias leis.
Um país que tem um presidente notoriamente corrupto, disputando o título de mais delatado na Operação Lava Jato, ostentando uma longa folha corrida de achaques no dinheiro público, com nove dos seus ministros sendo processados por corrupção, sendo que dois deles com os bens indisponíveis, bloqueados pela Justiça, desse governo podemos dizer qualquer coisa, menos que não seja a chegada de um Brasil bandido ao poder.
Um governo que nomeia um grileiro para dirigir o Incra, um desmatador, destruidor de florestas, para dirigir o Ibama, o proprietário de um helicóptero apreendido quando transportava meia tonelada de pasta de cocaína, para os esportes, e um ministro advogado do crime organizado (PCC), para a Justiça, não é um governo, mas uma quadrilha gerenciando o país.
Um governo que tem na sua base parlamentar pelo menos 170 nomes citados e/ou sendo processados por corrupção, liderados por um nome que é sinônimo de roubo, saque, furto, malversação de fundos, improbidade administrativa, tendo já até pedido de prisão, no passado, não é um governo, mas uma facção criminosa.
Esqueçamos um pouco a corrupção e passemos ao narcotráfico.
Tivemos dois motins em penitenciárias da região norte, com dezenas de mortos, no Amazonas e em Roraima, com tudo sendo relacionado à superlotação dos presídios, corrupção nos governos estaduais, falta de investimentos no sistema carcerário...E outros salamelenques mais, que são só a parte visível do enorme iceberg.
Não é só isso. Os governadores dos dois estados (AM e RR) sabiam, com muita antecedência do que estava prestes a acontecer e os motivos e razões. O do Amazonas plagiou Pilatos e a de Roraima comunicou ao governo federal, com antecedência, pedido intervenção, o envio da Força de Segurança Nacional, para evitar.
O Ministro da Justiça, ex-advogado do PCC, negou que isto tivesse acontecido e a governadora deu cópias de documentos oficiais dela, governadora, confirmando a omissão do governo federal, sem ficar claro se por negligência ou parte interessada na guerra de facções.
O sistema prisional brasileiro está convulsionado por conta do rearranjo de forças dos cartéis do narcotráfico, porque já ultrapassaram a condição de varejistas e atacadistas, importadores, no mercado interno, e chegaram à condição de produtores e exportadores, dominando os países vizinhos, com ênfase no Paraguai e Peru.
O PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) romperam a velha cumplicidade, disputando a liderança no mercado produtor do Paraguai, e no Norte a briga fica por conta dessas duas facções, com o PCC aliado à FDN (Família Do Norte), principal organização na região, e o PV aliado a facções menores.
Os motins em presídios brasileiros, cada vez mais comuns e cotidianos, pouco têm a ver com superlotação, corrupção, e muito com a guerra de cartéis.
No Norte, a disputa é pelas plantações no Peru e a implantação de áreas produtoras na Floresta Amazônica brasileira, além do domínio da rota de escoamento nas abertas fronteiras da região, tudo facilitado pela floresta, que esconde, e os rios, por onde flui a mercadoria, rumo à Europa e aos Estados Unidos. O mercado de produção, distribuição e venda de drogas, no Brasil, já movimenta muitos e muitos bilhões, mais que os PIB de muitos países, e não se transporta esse volume de dinheiro em mochilas ou se guarda debaixo do colchão, há muita gente, instituições e empresas envolvidas.
Por fim os fundamentalistas religiosos, o biombo onde se escondem corruptos e narcotraficantes, onde lavam parte do dinheiro escuso, também com o projeto de gerenciar o narcoteoclepto* Estado brasileiro, que já nasceu e está crescendo rapidamente.
Este é o primeiro artigo da série, onde tentarei esmiuçar tudo, até onde sei, se a administração do Face não censurar.