O QUE APRENDI HOJE
Por Fernanda Nasser
Hoje eu passei o dia me recuperando de mais uma cirurgia na minha guerra que vocês já sabem. Foi uma cirurgia mais simples mas necessita repouso, por esse motivo e por poder mexer os braços desta vez, passei o dia no Facebook. Tinha bastante tempo que eu não fazia isso.
Pude notar que a esquerda está, digamos, envergada, quase quebrando. É triste, mas é verdade. Nós estamos que nem a capa da Carta Capital deste mês: #YesNósSomosBananas. E está cada vez pior à medida que vamos chegando próximo das eleições de 2018.
De um lado o PT fazendo alianças com o PMDB. Por mais que já estejamos decididos em votar em Lula ou em quem ele apoiar, esse angu de caroço tá difícil de engolir. É repetir a mesma receita que solou o bolo da democracia. Mas como dizia Jhonnie Walker: se não você, quem?
Do outro lado, uma grande parte da mídia de esquerda vem se inclinando sem cerimônia e sem disfarçar para onde paga mais e consequentemente, nos manipulando assim como a mídia golpista sempre fez, será que essa já não basta? Por exemplo: está feio demais criticar Lula em favor de Requião que se diz de esquerda, mas não larga o PMDB que deu uma guinada forte à direita. Sabemos que a mídia alternativa de esquerda não tem grana e é justo que recebam por seu trabalho, mas vender o idealismo é uma atitude muito capitalista. E tem gente pagando inteira para ver o “espetáculo”.
Descendo para o baixo clero, que somos nós aqui, percebi uma patrulha absurda nos posts uns dos outros. Não se pode mais rir e o pior, não se pode mais expor suas ideias sem patrulhamento. Onde está o humor? Onde está o bom e velho debate? Onde está aquela coisa que chamávamos de argumento, mesmo que no final descambasse para a porradaria? Era mais rica a discussão.
Vi pessoas de “esquerda” saindo do pedestal dos seus perfis para dar bronca em outras pessoas de esquerda que estavam brincando com o possível namoro do Lula. Deveriam dar descanso pelo menos no sábado, afinal de contas essas mesmas pessoas não fizeram a revolução até agora, então não venham encher o saco dos outros.
Por falar em encher o saco, saudades do tempo em que quem enchia o saco eram os coxinhas com seus comentários pasteurizados. Quando foi que a esquerda ficou chata pra caralho?
Para colocar a cereja no bolo (solado) ainda vem feminista enfiar o dedo no meu nariz para impor o seu próprio modelo do movimento dizendo que sororidade não é pessoalidade, sem considerar que ela luta por uma questão, vejam só, pessoal. Vai entender. Então block. Feminista, sou, mas paro no dia que perceber que estou louca a ponto de expor outra mulher de forma canalha sem coragem de dizer o que penso na cara.
Não é mole lutar contra um câncer minha gente, mas um conselho: manter distância disso aqui que já é 50% do tratamento. Não sou obrigada.