O ÓDIO PEGA UMA CARONA
Por Renato Uchôa (Educador)
A Equipe Técnica do Parque Zoobotânico de Teresina, de quando em quando, tem que responder às visões equivocadas de alguns visitantes eventuais. E são de vários tipos. Existem pessoas que efetivamente procuram a Direção do Parque e expõem a visão que têm que os felinos no geral, que têm hábitos noturnos, e durante o dia estão mais inativos, situação que colocam como um problema. Então explicamos o comportamento e saem de lá com outra visão.
Outros, mais raivosos, que não entendem do Manejo dos Animais e irresponsavelmente procuram de todas as formas atacar um trabalho de dedicação aos animais em cativeiros. Afirmam para o mundo inteiro “gente os animais do Parque estão morrendo de fome... meu Deus os animais não se movimentam” Como podem ser tão irresponsáveis assim? O que os leva a ter esse comportamento sem se inteirar do Manejo Nutricional, que tem uma tabela de alimentação para cada espécie, com alimentos de boa qualidade? E índices reprodutivos importantes para um Zoológico do porte do Parque, inclusive reprodução de animais que poucos Zoológicos conseguem.
Vale o registro, o secretário do Meio Ambiente Ziza Carvalho e o governador Wellington Dias, em pouco tempo de gestão, obras importantes foram concluídas: Academia Popular, CETAS, Unidade de Produção de Mudas, Barco Escola, Trilhas de Arvorismo, Sinalização, Construção dos Piers em andamento, construção de 5Km de muro, Sinalização, vinda de novos animais...e sobretudo a função social do Parque que recebe anualmente 140 mil crianças das Redes Públicas de Ensino Estadual e Municipal gratuitamente. O Parque oferece vários Cursos de Manejo, Programas de Estágios, parcerias importantes com a UFPI,UESPI... Diversos Programas de Educação Ambiental, inclusive alguns direcionados para que pessoas ou Instituição como Faos-Federação PI não atire primeiro e pergunte depois que os danos acontecem.
Outros que se posicionam contrários aos Zoológicos, e têm educação quando a questão é discutida. Todo o direito de serem, temos que respeitar. Uns tantos outros, que detém, ou aparentam um conhecimento científico se consegue gerar um debate proveitoso sobre a Implantação do Plano Diretor em andamento, que aponta para a construção de recintos muito além dos preconizados nas Instruções Normativas.
O que é triste de se constatar é que alguns das Academias do Saber, vez por outra, alarmam na imprensa falada e escrita que o Parque está cheio de Dengue, uma bióloga apontando para uma manga que continha vários mosquitos se deliciando, que a soma de 100 deles não chega ao tamanho do Aëdes aegypti e Aëdes albopictus. Mais de 50 escolas deixaram de comparecer por conta da afirmação falsa.
A bola da vez são os Ursos, uma verdadeira campanha falsa de que o animal enlouqueceu, por repetir movimentos para retornar a área de cambeamento. Um diagnóstico violento. Só existe uma porta de acesso a área de cambeamento (parte interna do recinto). E é óbvio que o animal vai se movimentar em direção a porta. Todas às vezes que a Equipe de Tratadores que faz a limpeza da área de cabeamento, e após os alimentos. Ou o lanche nos horários determinados, ou o Corpo Técnico tem que fazem um procedimento... os Ursos, os Leões, os Primatas... tentam entrar no cambeamento.
Os Ursos do Parque Zoobotânico têm o melhor Recinto de Ursos do Brasil. São bem alimentados, dormem tranquilos, ainda que com traços do comportamento de 25/30 anos na carroceria de um caminhão, que não é o caso, em uma jaula de 3/3 metros, percorrendo o Brasil inteiro. Recebemos inclusive um deles cego. Todos em idade avançada. O Protocolo de Segurança, todas às vezes que são feitas as intervenções diárias na Área de Cambeamento, temos que deslocar os animais para o setor de exposição. Vários animais do Parque têm a liberdade de saírem dos cambeamentos na hora que querem. Em não os vendo na Área de Exposição e por conta do Manejo.
Tentar passar uma imagem de uma situação que o animal tenta entrar no cambeamento, da própria natureza, como se estivesse louco é uma inverdade, uma agressão gratuita a Equipe Técnica do Parque, que todos dias realiza um Manejo dos animais com carinho e dedicação. O Parque evoluiu em todos os aspectos com o Plano Diretor em andamento.
Como afirma a educadora Ana Paula Romão: “O primeiro pilar de quaisquer Entidades Representativas de bem-estar animal é a "pedagogia da escuta", o diálogo com quem é responsável pelos animais em seu cotidiano. E não criticar, caluniar sem conhecer ou reconhecer o trabalho de quem se empenha no cuidar, em todos os sentidos”.
A Pedagogia da vara de marmelo, do porrete no caso da Faos-Federação PI, é deplorável sobre todos os aspectos, quando expõe de modo grosseiro uma Equipe que tem dedicação aos animais. Acompanha o ódio contra tudo e contra todos no modismo de acusar sem provas, criar o terror para atingir objetivos. Ademais os animais que sofrem enormemente, concretamente, estão todos dias na Praça da Bandeira, local de venda de animais silvestres.
Foto: Jack ( Zoobotânico de Teresina)