O Estado de Terror
Por Renato Uchôa(Educador)
Ninguém pode negar. A justiça brasileira, na maior parte, vendeu a alma ao diabo. No espeto do juiz Moro, na debandada contra o Estado de Direito, e em favor do de Terror; o Supremo, CNJ, PF, STJ... A OAB saia da toca. Nem a saudosa senadora Vassoura montada em seu cavalo. Nas ruas de João Pessoa, Independência ou Morte, dizia para todo o mundo ouvir.
Escute com atenção. A Ordem dos Advogados do Brasil deu uma banana para a defesa do processo democrático. Jogou a casca para você. Uma guinada golpista de 360º graus. Um salto mortal no abismo. O Estado de Direito trocado pela preocupação maior da entidade, ao que parece na essência, manter a arrecadação das taxas para o exame da Ordem.
Outras mordomias no pacote. Ao invés da defesa do processo legal, a OAB se transformou em um sindicato pelego, daqueles que sobrevivem do imposto sindical. Arrota aqui, acolá contra a quebra da legalidade constitucional... A alegação, ao som de cantigas de ninar, para se misturar àqueles, que faz década, no planejamento para pintar o Palácio do Planalto. Com as cores dos EUA, ou da lama da mineradora Samarco. É de arrepiar.
Os estudantes dos cursos de direito atônitos com as pulitricas. A USP, diversas universidades do Brasil, têm se posicionado em defesa da legalidade, em contraposição a aventura golpista, dirigida pelos togados. A conjuntura golpista tem alijado, defenestrado, humilhado nos Tribunais de Exceção, todos os advogados legalmente constituídos na defesa dos clientes suspeitos, levados debaixo da vara. Coercitivamente, o que se tornou moda no Reinado do juiz Moro da República Corrupta do Paraná.
Condenados, presos antes de quaisquer acusações formais. O grampo adorna a cela, a tortura psicológica é o lanche servido lá. A OAB, não é por cegueira, impossível até para quem não é operador do direito, não perceber que as alegações para engrossar a tese do impeachment: pedaladas fiscais, obstrução de justiça... vão causar uma nódoa na história de luta contra todas as formas de autoritarismo, que tem caracterizado a postura da Ordem. Na verdade, são desculpas esfarrapadas, na falta de dignidade e coragem de enfrentar à luz do direito a tropa golpista dos conspiradores contra a democracia.
A OAB na defesa do Impeachment, sem bases legais, acompanha a procissão mais vergonhosa da escória branca e perfumada da história do Brasil. A destruição de todo o aparato legal, a venda descarada do patrimônio público, a política de terra arrasada para extirpar as conquistas trabalhistas, desmonte do ensino público, da saúde, enfim de todas as políticas públicas gestadas e que tiraram milhões de brasileiros da miséria absoluta em pouco menos de duas décadas.
A OAB passou um cheque em branco a um comprovado gatuno de verbas públicas, defensor de todas as formas de preconceito contra as minorias. Eduardo Cunha é inimigo do país, que presidiu a Câmara dos Deputados na prática de diversos crimes. E coordena vários deputados meliantes na Comissão do Impeachment, para afastar uma presidenta Dilma, mesmo afastado. Eleita democraticamente, e que não pairam dúvidas sobre a sua conduta ilibada. A OAB entrega a senha da conta ao juiz Moro, que violou a Constituição em 178 conduções coercitivas, em um espetáculo televisivo, combinado com a mídia. Portanto, no quesito, cometeu 178 atentados à Constituição e ao Código Penal, sem prévia intimação ou resistência, e agora denunciado internacionalmente pela postura parcial e autoritária contra a esquerda quer prender Lula, objetivo dos Golpistas.
A OAB capitula, pratica haraquiri, não como um ato de protesto, de honra e coragem do guerreiro samurai. É um suicídio ao som da integração às forças golpistas, na destruição da democracia brasileira. Talvez, por medo do crime de grampo, rende-se a um espião. O Juiz Moro grampeou o Brasil de ponta a ponta, inclusive advogados, que já se manifestam contra o crime. O juiz Moro grampeou ilegalmente a presidente Dilma, um crime de espionagem, capitulado na Lei de Segurança Nacional. A OAB presta um desserviço à outra ordem. A democrática, a duras penas conseguida, e marcha de braços dados com todas as gangues do Golpe. Hoje, os indícios da resistência não nos indicam, até mesmo em face de setores importantes da esquerda se comportarem como avestruz, pode começar a caminhada popular para extirpar de vez os traidores do Brasil, que em poucos meses jogaram o país na lama. Pelo sim, pelo não, a população brasileira vai consolidando a certeza que o governo usurpador de Temer abriu o Edital de venda do Brasil a preços de banana. Resistir é preciso.