DA INSANIDADE DAS VAIDADES
Por Sérgio Arruda
A mais cômica das vaidades, pasmem-se todos, provêm dos que se dizem juízes! Eles votam em causa própria para ter uma simulação de majestade sem sequer ver a ausência de causa.
Causa que seria do 'metier' deles em seu campo de ação. Mas sem percepção de ridículo de serem meros servidores públicos em país que tem a recuperar famélicos e desvalidos por conta de sua ação deletéria.
Devem sofrer de vertigem de altura do degrau que subiram e se dão como 'Nabucodosor Rex'. Darem-se como Excelências, causa pena! Já diz aforismo popular que ELOGIO EM BOCA PRÓPRIA É VITUPÉRIO.... Onde teriam achado excelências para ornar suas pretensões?
Mas o grave de tanta vaidade é a oficialização de cometimento de crime de falsidade ideológica sem sanção.... Se é por regulamentação acadêmica o uso dado em condições específicas A TITULAÇÃO DE DOUTOR, sua apropriação como apelido de função fica como invasão de bárbaros no mundo culto! E, por que precisam disso?
Ser senhor ou Vossa Senhoria não lhes basta? Têm que ser nomeados como 'EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ - como se fosse chamamento analítico de pedigree? Até quando ficarão pendurados nesse trampolim sem graça em que subiram para se exibir? Por que orgulho falacioso?
E é uma moléstia que contamina a modernidade, mas provém dos esnobes do passado. Há uma passagem interessante e que se aplica a essa cômica e estúpida situação - É relatada em livro dirigido à juventude por um político do passado, Cid Franco. O fato foi protagonizado pelo poeta satírico Gregório de Matos Guerra que, em defesa de um pobre que ao chamar juiz por 'vós' como se fazia, despertou a ira do Moro ou groba de então: GREGÓRIO escreveu ao magistrado uma lição de humildade, sentimento que podem e devem ter todos os senhores do mundo visto que TODOS são feitos da mesma essência e que, potentados e mendigos são iguais perante a Justiça Divina, e disse: "Se a deus se trata por tu/ e se chama a el rey por vós/ como chamaremos nós/ ao juiz de igaratu? - Tu e vós, e vós, e tu." E todos se riram do juiz!