CUI BONO?
Por Sílvia Pimentel
Eu sei que não sou burra. nem é algo de que me vanglorie, porque o mérito não é meu. Acontece que junto com a inteligência, me veio uma amaldiçoada irritação contra quem, sendo inteligente ou não, se defenda inutilmente de enxergar os fatos. Estamos claramente passando pela situação de jogar a criança fora junto com a água da bacia. Não enxergar isso não é falta de inteligência. Parece-me ser teimosia.
Claro, claro, temos que tentar acabar (acabar?) com a corrupção. Mas não à custa de vidas. O que está sendo feito no país, com o apoio dos Supremos Magistrados, é um movimento de desmonte que foge de qualquer forma de equilíbrio.
Não estou nem me referindo a deputados e senadores do baixo clero. De maneira geral, estes estão apenas tentando proteger seus próprios rabos. Não têm sequer a - digamos - grandeza de realizar um mal historicamente memorável. Falo de golpistas, aí inclusos parte dos políticos - mais mercadores que políticos - e o Judiciário, patrocinado pelo Supremo e protagonizado pela República do Paraná.
As consequências deste imoral atropelamento da economia realizado pela Lava Jato e suas ramificações são assombrosas. Muito me espanta que gente indubitavelmente informada e dotada de conhecimento dos processos lógicos levante a hipótese de que quem critica a ação dessas marionetes do capitalismo internacional esteja defendendo os piranhas do agronegócio.
Pelos deuses, é muita cegueira! Estão acabando com nossa autonomia, com nossa economia, com nossos recursos, fantasiados de cavaleiros da fé.
Usam pedalinhos e carne estragada como setas envenenadas que destroem a capacidade de raciocínio e percepção dos mais incautos. Façamos aquela pertinente pergunta: a quem interessa o resultado desse desmonte? Quem está saindo ganhando com tudo isso?
De minha parte, prefiro 10% da produção de carne estragada no Brasil do que meu país inteiro como quintal dos poderosos internacionais.
Pra carne estragada a gente pode dar uma solução em seis meses. Pro país vendido, não haverá salvação nos próximos 50 ou 100 anos.