A EDUCAÇÃO E A MEDICINA
Por Renato Uchôa (Educador)
A questão fundamental é simples: estes “moleques”, marca Samsung 8, que vaiam e tentam achincalhar a imagem dos médicos cubanos, nasceram em berço de ouro. Tirado do sangue da classe trabalhadora faz séculos. São criminosos todos os médicos que brincaram, desejaram a morte de Dona Marisa. Uma atitude vergonhosa que agride milhares de médicos que não pensam assim, quando o paciente fica entre a vida e a morte, seja quem for, o juramento fala mais alto.
A Máfia Branca carrega na mente o Brasil das senzalas. Do pelourinho. Dos instrumentos cirúrgicos: chibatas e grilhões. Na quase totalidade, é racista por natureza, como é próprio da educação das elites. Não se consideram trabalhadores. Pelo contrário, Deuses. E mais do que nunca, agora se sentiram ameaçados pelos verdadeiros médicos, é daí que vem o ódio ao governo Lula/Dilma, por terem implantado o Mais Médico.
Que não têm nojo do povo, pois daqui vieram. Deveriam ter vergonha. Como estão envergonhados milhares de médicos em nosso país, que trabalham com decência e dedicação aos pacientes. E não concordam com esses “mal-educados de branco”, insuflados pelos “Conselhos Corporativos”, que pouco ou quase nunca punem aqueles que erram nos procedimentos. Incluindo os de ordem ética.
Às vezes, nem precisa comprar tesoura e bisturi. Ficam na barriga, pela pressa da operação. Vão com a alta no pacote. Faz pouco tempo o presidente do CFM, Roberto D’ Ávila, pasme, chegou a afirmar que os médicos cubanos poderiam causar um genocídio. Completamente desinformado sobre os avanços da medicina cubana, que a OMS considera como modelo para o mundo.
O Programa Mais Médicos não é privilégio do Brasil. Eles estão em vários países, são elogiados mundo a fora pela dedicação e competência. Vale o registro, os únicos em bloco que seguraram a barra do Haiti, depois da catástrofe. Agora, na África Ocidental, a dedicação deles é visível. Sem margem de erro, encontrar um médico brasileiro desses que berram o dia todo contra tudo e contra todos, só com um telescópio de última geração.
A vinda de profissionais cubanos ou de outras nacionalidades permitiu que o médico more no local de atuação. Tenha uma relação estreita com as comunidades e não voe todo dia em direção ao conforto das capitais e cidades maiores. Deixando os pacientes, já sem sorte, entregues à própria sorte. É a única loteria que o trabalhador tem quase garantia de ganhar: a passagem para o Céu ou o Inferno, infecção hospitalar e um cacho de sequelas.
Não obstante as precárias condições de trabalho, os médicos, por profissão e amor ao trabalho, não concordam com a “Máfia Médica”, sócia dos grandes laboratórios farmacêuticos. Inundam o mundo de drogas que matam, mais cedo ou mais tarde. E deve ser afastada, a bem do serviço público. Com urgência. Sofrer as penalidades da lei, pela ausência nos locais de trabalho e pelas consultas mais rápidas que um cometa.
Basta frequentar as Faculdades de Medicina do Brasil, se formam, gratuitamente, nas Universidades Públicas, ao custo unitário de um milhão por cabeça oca. Não agradecem. Não olham no rosto da maioria dos estudantes. Encarnam, pela prepotência, mais de cinco séculos de opulência. O opressor permanece asséptico, acima de tudo e de todos. Alienados e reacionários. Ao extremo.
É verdade, os médicos cubanos não salvarão milhares de trabalhadores que morrem, à míngua, nos corredores dos hospitais e postos de saúde, pela falta de políticas públicas que criem as condições suficientes para o atendimento. O Estado é relapso. Mais verdades ainda ensinarão a população a não adoecer, o que afetará, profundamente, o esquema das multinacionais dos remédios.
É fato, Cuba tem uma das melhores relações/médico paciente do Planeta. Medicina Preventiva de excelência (o modelo curativo é pouco eficiente e custa os olhos da cara), menor taxa de mortalidade infantil dentre vários países, inclusive “desenvolvidos. ” Que Dilma volte ou Lula, tenha a coragem (faltando ao PT em quase tudo) de trazer milhões.
É inaceitável que os médicos/as que que se comportaram com desrespeito, brincando com o estado crítico de Dona Marisa, no leito da morte, fiquem impunes. Não existem perdão para o comportamento de monstros, insensíveis, antiéticos, para os criminosos que se camuflam com a bata branca.
O povo já demonstrou carinho e admiração pela forma como é atendido por milhares de médicos brasileiros de verdade, e com os cubanos também, com respeito. Inclusive, ajudará a expulsar os autoritários e incompetentes que, substituídos pelos aparelhos de última geração, não sabem distinguir uma dor de barriga de outro problema.
Tive uma experiência assim em João Pessoa, quando estudante. O médico, de pronto, antes mesmo de sentar na cadeira, afirmou: você tem meningite ou tétano. Não doutor, estou sem ferimento e fiz três gols de cabeça na pelada. Na linda praia de Cabo Branco. É dor de barriga mesmo.
Foto: www.luizberto.com