Paixão é o que nos move
Por Zurene Manique
Desde a campanha de 2014 para a presidência da República do Brasil estamos denunciando em redes sociais a articulação de um golpe jurídico midiático. Após a derrota de seu candidato Aécio Neves, em outubro do ano passado, a direita através da mídia intensificou os ataques ao Partido dos Trabalhadores incentivando manifestações pelo país afora. Incentivando, não! Convocando cidadãos pra irem às ruas e dando plena cobertura como se fosse furo jornalístico. E os helicópteros de emissoras rasgaram os céus das capitais naquele domingo de março. E o que as redes estavam apoiando? Protestos dos eleitores do candidato derrotado que pediam por impeachment, intervenção militar e por fim, golpe branco. O fiasco de 15 de março ocorreu por diversos fatores. Inicialmente porque o povo trocou a TV pela internet. Portanto, a televisão não dita mais as regras. As pessoas do bem, ainda que não tivessem votado em Dilma, perceberam as intenções. Compreenderam que as manifestações nas ruas seriam movidas por ódio. Nada além de ódio e revanchismo eleitoral. Ora, rejeitar um governo eleito democraticamente e ir às ruas pedir intervenção militar só pode ser perturbação mental. Avistamos os “manifestantes” trajando camisetas da CBF com olhos esbugalhados, gritando palavrões e concedendo as entrevistas mais estapafúrdias. O que se viu foram pessoas empunhando faixas/cartazes com dizeres absurdos e erros ortográficos inadmissíveis. O fracasso de 12 de abril se deu principalmente por não contar com pessoas politizadas. "Porque não há militantes, apenas manifestantes". É o tipo de gente que rejeita a política e que, por falta de habituação às lutas (palavra que rejeitam), acaba por desmobilizar rapidamente. Porque é um movimento feito por pessoas sem estofo intelectual ou coragem física. Ou seja, sofrem quando têm que pensar e se acovardam diante da “ponta da baioneta” (no sentido figurado, claro). Quem segue revoltados online, por exemplo, só merece pena." ¹ E sobre 16 de agosto? Fadado ao insucesso, porque qual político vai às ruas pedir impeachment? Quem da direita tem moral para falar sobre corrupção? Irão às ruas os acéfalos, massa de manobra, para serem ridicularizados depois. Eu venho observando o comportamento dos seguidores de páginas de direita em redes sociais. Em comum xenofobia, racismo, machismo. Porém os eleitores antipetista preferem registrar suas presenças em páginas de Esquerda. Patológico, não? Eles são despolitizados e não possuindo argumentos para o debate usam o ataque como defesa e lançam mão de xingamentos, palavrões. Percebe-se que são desarticulados e que nunca participaram de uma passeata, assembleia ou panfletagem ou de um simples grêmio estudantil. Greve nem cogitar. Detestam a militância. Porque esta é experiente e vai comandando o embate de forma irônica e isso os desarticula. Contudo não é só ódio o que sentem. Inveja. Inveja por termos um comandante chamado Lula que inflama multidões quando começa a falar. Inveja por termos uma presidente que na abertura da Copa das Copas foi desrespeitada da forma mais vil e respondeu: "Prefiro as vaias da democracia, do que os aplausos da Ditadura!” Inveja de todos os intelectuais que apoiam Lula e Dilma e as causas sociais. Inveja porque a imprensa internacional reconhece nosso eterno presidente como um dos mais influentes estadistas mundiais. Inveja porque há uma mídia torpe difamando o partido há 12 anos e o eleitor continua fiel e a militância se mantém firme e convicta. Desde outubro do ano passado estamos singrando por mares revoltos e até aqui suportamos tudo calados. Entretanto a "Marcha das Margaridas" trouxe alento e nos deu o norte. É preciso retomar nosso curso e determinar por onde velejaremos, afinal, ainda é muito vermelho o sangue que circula por nossos corações estrelados.
¹https://www.chuvaacida.info/2015/03/10-razoes-para-o-fracasso-do-15-de-marco.html