FORA DILMA...
Por Élcio Caldas
Governar para 200 milhões de pessoas, em um território tão grande, heterogêneo e complexo, com tantas disparidades regionais e diversidades geográficas, climáticas, culturais, etc., não é uma tarefa simples ou fácil. Principalmente em um regime democrático. É próprio das democracias os conflitos de interesses, as disputas, as discordâncias e os debates acalorados. Nas ditaduras não existe nada disso. Existe apenas a voz monocórdica dos donos do poder e quaisquer discordâncias, críticas ou disputas são sempre resolvidas com muita violência, sem que haja espaço para o debate, o contraponto, a crítica. É verdade que nas ditaduras existe paz, mas é a paz das vozes caladas pela força, a paz dos cemitérios e dos lugares sombrios. A nossa democracia não é perfeita, como, aliás, nenhuma o é, porque os seres humanos são imperfeitos; mas hoje todos os brasileiros desfrutam de plena liberdade de opinião, direitos, salvaguardas e garantias, tanto individuais quanto coletivas, que seriam impensáveis em qualquer ditadura. Atualmente os brasileiros podem até mesmo discordar da própria democracia, sem que haja perseguições ou ameaças. Mas democracia pressupõe liberdade com responsabilidade e o cumprimento das leis resultantes dos embates democráticos. Esses que gritam "Fora Dilma" têm todo o direito de gritar e espernear, mas não podem atentar contra seu governo, legitimamente referendado pelas urnas, nem faltar com o respeito ás normas e regras democráticas ou pior ainda, tramar para destruir a democracia. Dizem que tudo acontece porque Deus permite, e hoje, sinceramente, não vejo ninguém melhor do que a Dilma para governar o Brasil. Se falta-lhe, por vezes o brilhantismo da oratória, como em Lula, ele é compensado por sua enorme capacidade de interlocução com todos os setores da sociedade brasileira, notadamente os mais humildes. Dilma tem levado cidadania a todos os setores da sociedade brasileira. Ela demonstrou possuir autoridade e delicadeza ao mesmo tempo, capacidade gerencial para executar os programas e obras governamentais, capacidade de diálogo e de defesa dos interesses brasileiros, com firmeza e sabedoria, nos foros internacionais; jogo de cintura no trato com opositores e oponentes, sensibilidade social e ponderação para resolver os embates democráticos e, até mesmo, uma admirável paciência para suportar os piores xingamentos, injúrias e calúnias contra seu cargo e sua condição de mulher e mãe. É por isso que hoje, fora a Dilma, eu não vejo ninguém mais com tanto perfil e capacidade para governar o Brasil quanto ela, principalmente considerando a enorme mediocridade de seus opositores.
Foto: Lili