CARNE E UNHA, ALMA GÊMEA
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Francisco Costa
Olhando para trás, não posso afirmar que fui exatamente um bom exemplo de fidelidade conjugal e, como todo pai, não deixei de me queixar dos filhos, em rodas de amigos. Mas sempre tive dois cuidados: deixar claro que a minha infidelidade era um aleijão moral, que nada tinha a ver com o tratamento e o desempenho da minha mulher, e que os meus filhos não eram piores que os filhos de ninguém, que as minhas queixas eram as queixas de todos os pais com filhos na mesma faixa etária dos meus. E porque isso? Não se diz ruim daquilo que desfrutamos. Fosse ruim, por questão de inteligência e coerência, abandonaríamos. Se me abro assim aos companheiros é para demonstrar a baixa dimensão, a pequenez, a falta de caráter dos que detonam o que deveria lhes ser caro, digno de respeito, porque sua casa e sua família, a serem preservados a quaisquer custos. Se isto vale para as células sociais, as famílias, vale para todo o tecido, todo o organismo social e, em última instância, para todo o país, casa de família única que se irmana no sobrenome: brasileiros. Da mesma maneira que maridos que jogam o peso do próprio adultério sobre a esposa, ou a sua irritabilidade sobre os filhos, o que sai do país para falar mal dele no exterior, padece da mesma indignidade, da mesma falta de caráter, o que o faz moralmente miúdo. E na galeria destes, diversos jornalistinhas vira latas, no exterior frustrados por não se tornarem nativos de onde estão, o que os faz estrangeiros lá e aqui, como diversos correspondentes de rádios e tevês e colunistas das Vejas da vida. Há os políticos e, entre eles, figurinha mais repetida que folhas em floresta, Fernando Henrique Cardoso, o nosso maior detrator, sem perder uma única oportunidade de denegrir o país, a sua economia e a sua gente. Pois a galeria de maus brasileiros, não por reclamar, mas por reclamar aos gringos, aumentou, ganhou mais um, carne e unha, alma gêmea, sem coração: Fábio Júnior.